A Global Cardiovascular Associates, clínica particular de Conrad Murray, médico que estaria na casa de Michael Jackson no momento de sua morte, foi condenada a pagar mais de US$ 400 mil em ações judiciais apenas em 2007 e em 2008. Atualmente, a empresa com sede no estado de Nevada, enfrenta pelo menos outros dois casos na Justiça dos Estados Unidos.
Murray ainda tem dívidas com duas empresas de cartão de crédito e acumula multas não pagas, inclusive por dirigir com a carta de habilitação vencida. Registros mostram ainda que ele foi acusado de sonegação fiscal na Califórnia e no Arizona entre 1993 e 2003.
O médico, que atendia Michael Jackson há três anos, estava sendo pago pela AEG Live, empresa organizadora da turnê de retorno de Jackson, planejada para acontecer em Londres. “Como empresa, nós preferíamos não ter um médico contratado em tempo integral porque seria mais barato sem os hotéis e as viagens, mas Michael insistiu que ele fosse contratado e disse que tinha com ele uma relação especial”, afirmou Randy Phillips, presidente da AEG Live.
Segundo ele, a empresa adiantava dinheiro a Jackson para pagar os serviços de Murray como parte dos custos de produção do evento. O presidente disse ter questionado o cantor sobre o porquê de ele ter a companhia do médico 24 horas por dia. “Ele me disse: ‘olha todo esse negócio em torno de mim. Sou uma máquina, e temos que manter a máquina funcionando bem’. Você não discute com o rei do pop”, afirmou Phillips.
O passado do médico vem sendo levantado nos últimos dois dias, já que ele parece ser a testemunha-chave sobre o que de fato aconteceu na residência de Jackson na quinta-feira (25), dia de sua morte. De acordo com o jornal “Los Angeles Times”, Murray estava aplicando técnicas para tentar ressuscitar o cantor quando os paramédicos chegaram para o resgate. Na gravação do pedido de socorro, um interlocutor afirma que o médico pessoal da vítima estava no local.
A polícia, que já teve um primeiro diálogo com Murray, espera agora que ele ajude a esclarecer o caso, inclusive numerando os medicamentos que ele estava tomando. Ele deveria ser ouvido ainda neste sábado, de acordo com o jornal "New Tork Times". Um carro que supostamente pertence ao médico foi apreendido na residência alugada pelo cantor. A polícia acredita que o veículo possa conter pistas que contribuirão na investigação sobre as causas da morte.